Sete quê? S e t e. H o r a s.

11:24


Já vai algum tempo desde o último post e desde então muita coisa mudou. É estranho, é assustador, é desafiante como o futuro pode mudar em sessenta segundos.
Como toda a nossa vida pode mudar num estalar de dedos. No meu caso não mudou em sessenta segundos e também não precisei de estalar os dedos. Mas uma horas sem dormir bastaram para reflectir, e muito. E quando pensamos que o nosso futuro está encaminhado, e que cá andamos passo a passo, a fazer a nossa caminhada, eis que encontramos uma bifurcação e temos de ponderar. E puff, não se fez o Chocapic, mas o nosso futuro está de novo à mercê. Nem sempre à nossa mercê, mas acredito, que em grande parte. E enquanto as luzes se acendem e apagam, o espectáculo é teu. Sete horas. Cá voltam as horas outra vez - t r e z e | h o r a s. Mas desta vez foram metade. Metade das aterradoras treze horas. Sete horas que passaram literalmente a voar. Sete horas que me permitiram sair de continente Americano e chegar a continente Europeu. Ao nosso Portugal. Ao meu Portugal, que tem tanto de austeridade como de apaixonante. Sete horas que me permitiram regressar a tudo aquilo que um dia fui. Que me permitiram abraçar de novo aqueles que conservei sempre no coração durante cinco meses. Que me permitiram pisar o meu espaço, sentir o meu mar. Estranho como tudo muda de uma tarde para uma manhã. Sete horas. Sete horas em que todos dormem, e onde alguns adormeceram a pensar que estávamos tão longe, mas onde existiram duas pessoas a alterar dois rumos. Desta vez partilhei estas sete horas com a minha mais-que-tudo,-a-minha-mãe, que continuava a falar português como se estivesse em Toronto, onde quase ninguém nos percebia. Fui forçada a avivar-lhe a memória, ao que ela se conteve apenas um pouco. A isto chamam-se aventuras de mãe e filha num avião com destino a Lisboa. O segredo do regresso foi mantido até ao último minuto e cada surpresa foi um misto de sentimentos capazes de provocar comportamentos dignos de filmagem. Arrependo-me hoje de não os ter filmado, porque sem duvida teria sido algo tentador de reviver. O ser humano, e as emoções, e o amor, e a amizade são coisas de lhe tirar o chapéu, quando realmente são verdadeiras e puras. - E o quanto esta aventura me fez aprender sobre sentimentos e pessoas, verdadeiras e puras!! - Às vezes não sabemos a falta que certo alguém nos faz, ou o quanto a nossa ausência provoca em certo alguém. Temos uma certa ideia. Mas quando essa mesma pessoa desaparece de vez, pelo menos a uma certa distância que tu sabes que é impossível de atingir, a não ser que tenhas uma conta recheada e tempo livre sempre que queres, dás-te conta de certos cliques que o teu corpo inconscientemente te informa. E quando percebes isso, percebes também que o teu coração não está em estiramento, mas devidamente recheado das pessoas que realmente fazem sentido em preenche-lo. E se precisamos de respirar para sobreviver, precisamos de amor para viver. E neste campo, descobri que estou a espalhar vida e saúde. E amor, a quem desperta o melhor que tenho em mim. Depois de ajeitar as emoções, e de restabelecer cada ciclo respiratório, é altura de lidar com todas as consequências de uma noite mal dormida e não só, que deu azo a isto tudo. Toca a orientar, toca a tratar de burocracias, toca a rever os planos, toca a redefini-los, toca a pôr esses neurónios a funcionar, toca a desafiar-te, toca a dar o melhor de ti. E porque não, toca a ir correr à beira mar para repor a calma necessária a proceder a todas estas mudanças. Toca a sentar e comer aquele cozido à portuguesa da avó, ou quiçá aquele pastel de nata acompanhado de um bom café Português (não gosto de café, mas faz de conta)!! Neste momento precisas de muita libertação de endorfinas.  Ai se precisas! Toca a viver como se amanhã fosses partir de novo. Quem sabe? Eu não sei. Porque ao vivermos assim, tudo se modifica. E tudo toca a ser, como realmente deveria ser. 

Paz, amor, e quiçá muitos pastéis de nata é o que vos desejo. <3 


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